quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Dê o título você mesmo

Apavorados com o desconhecido, nos escondemos por de trás da moral. É com rígido senso de certo e errado que escolhemos caminhos, ou escolhem por nós. Inevitável lembrar da cena de Fight Club, quando Tyler Durden diz que gostaría de lutar com o próprio pai. Figura com a qual relacionáva-se em específicos momentos de decisão na vida. “- Pai, o que faço ? Vá para a faculdade! Terminei minha graduação, o que faço agora? Arranje um emprego! Consegui o emprego e já sou bem sucedido, e agora? Eu não sei, Case-se!”


Ter as coisas no lugar certo, a tempo e a hora, nos faz ter a sensação de que a vida segue seu curso em trilhos seguros. O problema é que, na maioria das vezes, se perguntar para o maquinista onde gostaria de ir, ele não saberia dizer. Sorte é se souber, que destino tem, o trem que já partiu.

Eu mesmo prefiro andar a pé.

e então pela janela vemos passar o dia, esperando que da boca sem voz saia um grito de angústia... ou qualquer coisa que faça sentido.

Sem rumo, asfixiado, indeciso, qualquer senso de religião sempre tem uma resposta para o que fazer. Em nenhuma delas lhe é conveniente fazer algo diferente do que já foi escrito. Vê?! Assim inventou-se a moral, para que toda história tenha uma.

5 comentários:

Anônimo disse...

bem nietzscheano seu texto.

vejo a moral mais como um componente da Tradição, um braço da cultura: não dá pra escolher se esconder atrás dela, pois ela já está no seu chão.

já leu o Fight Club? é do Palahniuk. muito bom. tenho ele aqui, quando voltar te empresto.

Dono do Buteco disse...

Mas a tradição não é uma receita de bolo que supõe-se fazê-la certa?
Até que alguém muda a receita e a faz mais apetitosa, ou não. Mas, concordo com sua perspectiva.
Porém, como me disseram, é um tema batido, também sou obrigado a concordar.
Não lí esse livro,ainda. Cobrarei de você.

Anônimo disse...

certamente mantemos a tradição viva, como seres históricos. mas isso não significa que temos controle dela, que podemos objetificá-la. ela se transforma com o acontecer dos nossos movimentos, seja pro lado que for. não tem fazer certo, está "acima do bem e do mal".

Dono do Buteco disse...

A moral é também uma concepção. Rege ela complicada estrutura social. Tanto é que posso fazer coisas que são moralmente aceitas, e condenáveis.
A moral é uma construção social, cultural, exato. A gente pode escolher querer parecer moralmente orientado, ou não. É também uma questão de imagem. A moral é polissemica.

Anônimo disse...

realmente, matou a questão: a moral é polissêmica!